Varíola dos Macacos

Já temos mais de 1000 casos detectados no Brasil. Este vírus foi descrito pela primeira vez nos anos 50 quando foi detectado em animais. Nos anos 70 foi descrito o primeiro caso em humanos, se tornando endêmico em alguns países da África. Agora é a primeira vez que ele se alastra pelo mundo, o que levou a OMS decretar uma emergência global. No Congo os casos são restritos a núcleos familiares, crianças se contaminam brincando com roedores e acabam passando para seus familiares. Os casos descritos atualmente tem uma forma diferente de transmissão e de uma forma geral estão relacionados ao contato sexual. Não foi observada uma mutação evidente, mas há sem dúvida uma adaptação do vírus.

A principal forma de contágio são através das lesões de pele e mucosa, em especial em contatos mais próximos. Podem ocorrer no contato pela roupa de cama ou toalhas usadas por pessoas com lesão, o que sem dúvida é possível, mas com um menor risco. O contágio por via respiratória também pode ocorrer, mas depende de uma maior proximidade. Ele é bem menos transmissível que os virus respiratórios como a Influenza ou o SARS COV2, o que dificulta a disseminação em massa.

Após o contágio, o período de incubação varia de 5 a 21 dias. O quadro começa com manifestações comuns, semelhantes a uma série de infecções: febre, dor de cabeça e gânglios dolorosos cervicais. No máximo em 3 dias, as lesões começam a aparecer, em geral começam na face e se alastram pelo corpo. O ciclo de lesões dura por volta de 21 dias. É uma afecção autolimitada e a mortalidade muita baixa. O grupo de risco são crianças abaixo de 8 anos, grávidas e imunossuprimidos.

As lesões podem deixar cicatrizes.

Para se proteger lavar as mãos é fundamental, e evitar o contato próximo com pessoas com lesões de pele e mucosa, sugestivas de varíola dos macacos. O uso de preservativo também é recomendado, foi descrita a presença do vírus no sêmen.

Ainda não temos vacinas disponíveis no Brasil, mas receberemos  um lote de 50.000 vacinas em setembro. A recomendação é vacinar apenas aqueles que tiveram contato com indivíduos contaminados, portanto o diagnóstico e rastreamento de contato é fundamental. Não há no momento necessidade de vacinação em massa. Há tratamento com antivirais, mas ele é restrito a pessoa do grupo de risco. Ainda não temos acesso a esta medicação no Brasil, mas em outros países já vem sendo usada.  Tanto as vacinas como os antivirais foram feitos para a varíola humana, mas são bem eficazes contra a varíola dos macacos. Como até nos anos 80 a vacina para varíola humana oi fazia parte do programa vacinal, pessoas que nasceram até os anos 80 podem se considerar protegidas. Na presença de lesões de pele, procure o seu médico.

Isolamento