COVID 19 / H1n1

A pandemia do H1N1 teve início e no México em março de 2009, quando começaram a ocorrer quadros gripais associados a pneumonias virais que acometiam especificamente jovens. Em um curto espaço de tempo foi detectado um novo subtipo do vírus Influenza A H1N1 como responsável por estes quadros. Como o vírus tinha a sua origem no porco, a gripe ficou conhecida como Gripe Suína. Em 4 meses a gripe se alastrou pelo mundo e foi declarada Pandemia pela OMS em junho de 2009, e apenas 14 meses depois a OMS a declarou encerrada. Hoje acredita-se que 11% a 24% da população mundial tenha sido contaminada durante a pandemia. No Brasil, foram detectados 53 mil casos com 2100 mortes, letalidade de 3.9%, mas sem dúvidas o número de casos deve ter sido bem mais alto, pois casos mais leves não eram diagnosticados. Cada pessoa contaminava 1,2 a 1,6 pessoas. No Brasil o pico de casos novos foi atingido em 3 meses após o primeiro caso, mas até o final de 2009 e no ano seguinte casos novos continuavam sendo diagnosticados. Uma séria de medidas foi tomada pelo governo brasileiro na contenção na disseminação do vírus: as férias escolares de julho foram antecipadas, orientação de cuidados de prevenção, com atenção especial a aeroportos e locais públicos. Logo se observou que a efetividade do antiviral (oseltamivir), e que o corticóide auxiliava muito no controle da inflamação pulmonar.O nosso sistema de saúde conseguiu absorver na época o tratamento da população, que teve uma assistência adequada dentro do que já existia. A vacina para o H1N1foi desenvolvida no final de 2009 e até hoje faz parte das vacinas anuais. Já existiam vacinas para o vírus Influenza o que facilitou muito este processo. Há 11 anos convivemos com a gripe suína, os casos aumentam no inverno, mortes ocorrem por causa da gripe suína, mas sem desestabilizar o sistema de saúde.

A pandemia COVID 19 teve início da China em dezembro de 2019 com alguns casos de pneumonia viral, que era muito mais severa em pessoas acimade 60 anos. A origem seria um vírus do morcego, que possivelmente teria passado ao pangolim, mamífero semelhante ao tamanduá, e então ao homem. O pangolim está ameaçado de extinção na China, mas é comercializado nos mercados do norte como alimento. No Brasil, 47 dias após o primeiro caso, estamos com 2375 mortes e 37107 casos diagnosticados (19/04/20). Isto correspondendo a uma taxa de letalidade de 6,4%, mas difícil saber o valor real no momento atual, frente a limitação dos kits de diagnóstico.  Importante ressaltar que a cada pessoa com COVID 19 contamina quase 3 pessoas. No Brasil estamos longe do nosso pico de casos, com quase 2 meses de história e muita expectativa como esta curva vaise desenhar. Frente a limitação do diagnóstico a curva de mortes acaba sendo mais fidedigna no seguimento do status da pandemia, porém mesmo estas estão sendo subnotificadas. Medidas severas vem sendo tomadas, como a quarentena, na tentativa de desacelerar os casos novos e assim criar condições de tratar todos os doentes. Os hospitais particulares e públicos vêm se organizando para enfrentar a demanda que deve aumentar muito nos próximos meses. Os hospitais particulares começam a estabilizar as suas internações e a ocupação de suas UTIs, mas os hospitais públicos vem aumentando dia a dia a demanda por internações. Estados como o Amazonas e o Ceará, começam a chegar no limite da sua capacidade de vagas. Até o momento não há nenhum tratamento específicos, os antivirais não têm dado resposta e o corticoide não está sendo efetivo e por outro lado tem piorado oquadro. Diversos trabalhos estão sendo realizados na busca de drogas efetivas. Há protocolos com hidroxicloroquina e azitromicina, mas ainda sem comprovação. Frentea limitação terapêutica, há uma necessidade de manter os pacientes graves de 1a 3 semanas em respiradores, o que aumentará a demanda de UTIs. Esta pode ser anossa limitação no tratamento dos pacientes graves. As vacinas ainda estão em estudos, mas temos muitos meses pela frente antes de termos uma imunização efetiva.